Um médico burquinabê, identificado como Arouna Louré, foi detido e transferido para a linha de frente após ter feito duras críticas ao presidente do Burkina Faso, capitão Ibrahim Traoré.

Louré havia questionado publicamente a incapacidade do governo em conter o avanço do t£rr0r!smo no país, uma das maiores preocupações da população. As suas declarações circularam nas redes sociais e rapidamente chamaram a atenção das autoridades.

De acordo com fontes locais, o médico foi preso por desacato e “comentários subversivos”, sendo posteriormente enviado para apoiar as tropas nas zonas de conflito.

Em resposta ao episódio, o presidente Ibrahim Traoré ironizou as críticas, afirmando:

> “Se ele acredita que sabe mais do que os militares sobre como combater o t£rr0r!smo, então deve ir mostrar no terreno.”

O caso gerou forte debate público, com muitos cidadãos a considerarem a medida um abuso de poder e uma tentativa de silenciar vozes críticas. Outros, porém, defendem que, em tempos de guerra, comentários que enfraquecem a moral nacional devem ter consequências.

Nos últimos meses, o Burkina Faso tem vivido um aumento dos ataques armados e enfrenta grandes desafios na luta contra grupos extremistas, sobretudo nas regiões norte e leste.

A detenção do médico reacende a discussão sobre liberdade de expressão e repressão política no país, que tem sido governado por juntas militares desde 2022, após a destituição de governos civis sob o pretexto de falhas no combate ao t£rrorismo.

Organizações de direitos humanos pedem a libertação imediata de Arouna Louré e alertam para o risco de o regime transformar as críticas legítimas em crimes políticos.

Enquanto isso, o governo mantém silêncio sobre o paradeiro exato do médico e não há informações oficiais sobre as condições em que ele se encontra na frente de combate.