Um grave escândalo alimentar abalou consumidores de uma zona comercial movimentada após ser descoberto que carne de cão estava a ser vendida como petisco de cabrito em diversas bancas de um mercado local. A revelação chocou a comunidade e gerou uma onda de revolta e preocupação sobre a segurança alimentar.

O caso veio à tona após denúncias feitas por moradores que desconfiaram do sabor e textura da carne consumida. Amostras foram levadas para análise laboratorial e os resultados confirmaram que se tratava de carne canina, e não caprina como anunciado pelos vendedores.

As autoridades sanitárias já iniciaram uma operação de fiscalização intensiva no mercado em questão e prometeram responsabilizar criminalmente todos os envolvidos. Os comerciantes acusados estão a ser interrogados pela polícia, e alguns confessaram ter adquirido a carne de forma clandestina, devido ao seu baixo custo.

Segundo informações preliminares, a carne era fornecida por um grupo que abate cães de forma ilegal e os distribui para venda como se fossem outros tipos de proteína. A prática, além de criminosa, representa um grave risco à saúde pública, já que os animais não passavam por qualquer controlo sanitário.

A população expressou revolta com o sucedido. “Eu sempre comprava ali pensando que era cabrito, agora fico com nojo só de lembrar”, disse uma consumidora, visivelmente abalada. Outros clientes, igualmente indignados, exigem que os culpados sejam punidos com todo o rigor da lei.

O Instituto Nacional de Inspecção de Actividades Económicas (INAE) deslocou-se ao local para apurar os factos e prometeu reforçar a fiscalização em todos os mercados da cidade. “Estamos a tratar este caso com a máxima seriedade. Vender carne de cão como se fosse de cabrito é uma fraude grave que põe em risco a saúde dos cidadãos”, declarou um porta-voz da instituição.

O escândalo também levantou questões éticas e culturais. Embora em algumas partes do mundo a carne de cão seja consumida, em Moçambique tal prática é amplamente rejeitada e considerada ofensiva.

Organizações de defesa dos direitos dos animais também se pronunciaram, condenando a crueldade envolvida na morte dos cães e exigindo medidas rigorosas para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer. “É inaceitável que animais domésticos sejam abatidos de forma brutal para enganar consumidores. Precisamos de leis mais firmes contra este tipo de crime”, afirmou um activista local.

Fontes próximas à investigação apontam que o grupo responsável por fornecer a carne pode estar operando há meses, o que levanta suspeitas sobre a amplitude da fraude e o número real de consumidores afetados.

As autoridades apelam à população para denunciar práticas suspeitas e redobrar os cuidados ao adquirir alimentos em estabelecimentos informais. “O consumidor precisa estar atento. Caso o preço esteja muito abaixo do normal, é sinal de alerta”, recomendou uma técnica da saúde pública.

Por enquanto, as bancas envolvidas na venda foram interditadas e os vendedores estão suspensos de qualquer atividade comercial até o esclarecimento total do caso. A INAE reforça que todos os responsáveis, tanto pelo abate quanto pela distribuição e venda da carne, responderão judicialmente.

Este caso expõe fragilidades no sistema de controlo alimentar e reacende o debate sobre o consumo seguro de carne em mercados informais. Enquanto as investigações continuam, cresce a exigência por maior transparência e segurança na cadeia alimentar.