Um episódio chocante está a gerar grande revolta nas redes sociais e entre os consumidores. Vários relatos apontam que, em alguns mercados informais do país, clientes que pedem petisco de cabrito estariam, na verdade, a consumir carne de cão, sem qualquer informação ou aviso prévio por parte dos vendedores.

A denúncia, que começou como um boato, rapidamente ganhou força depois de vídeos e testemunhos circularem nas plataformas digitais. Neles, várias pessoas afirmam que foram enganadas ao adquirir o que lhes foi vendido como “chiguinha de cabrito” – um petisco tradicional bastante apreciado –, mas que, segundo denúncias, era, na verdade, preparado com carne canina.

“Fui ao mercado, pedi petisco de cabrito e depois descobri que era cão. Estamos a comer cães sem saber”, desabafou um cidadão indignado, num vídeo que viralizou. O tom de frustração é comum entre os lesados, que se dizem enganados e até traídos por vendedores que, de forma deliberada, teriam trocado o tipo de carne para reduzir custos e aumentar lucros.

O caso está a gerar uma onda de debates sobre a segurança alimentar, higiene nos mercados e, acima de tudo, sobre a ética na comercialização de produtos alimentares. Muitos questionam como é possível que tal prática se tenha alastrado sem qualquer controlo das autoridades sanitárias e municipais.

Especialistas em saúde pública alertam para os riscos que o consumo de carne não identificada e, muitas vezes, sem inspeção, pode representar para a população. “O consumo de carne de animais que não são criados para esse fim pode expor as pessoas a doenças zoonóticas, infeções perigosas e intoxicações alimentares”, explicou um veterinário.

A indignação é também partilhada por associações de defesa dos direitos dos animais, que exigem uma investigação urgente e responsabilização dos envolvidos. “Trata-se de uma violação grave não só do direito do consumidor, mas também do bem-estar animal”, referiu uma ONG local, pedindo o encerramento imediato dos estabelecimentos suspeitos.

Enquanto isso, a polícia e os serviços de fiscalização alimentar já foram instados a investigar os relatos e realizar operações nos mercados mais visados. Em algumas zonas, grupos de moradores decidiram boicotar certos pontos de venda até que a situação seja esclarecida e os culpados responsabilizados.

Nas redes sociais, o assunto continua a ser dos mais comentados. Muitos utilizadores partilham experiências semelhantes, levantando a hipótese de que esta prática pode estar a acontecer há muito mais tempo do que se pensa. Memes, vídeos de denúncia e até protestos virtuais estão a marcar a indignação popular.

No meio da polémica, vendedores que trabalham de forma honesta sentem-se prejudicados e pedem uma ação firme por parte das autoridades. “Nem todos fazemos isso. Alguns de nós vendemos carne limpa, legítima, com origem clara. Esses criminosos estão a estragar o nosso nome”, disse um comerciante.

O Ministério da Saúde e as autoridades locais ainda não se pronunciaram oficialmente, mas fontes próximas indicam que estão a acompanhar o caso com atenção e prometem ações rigorosas para garantir a segurança alimentar da população.

Este escândalo reacende velhos debates sobre a regulação dos mercados informais e a necessidade de reforçar a fiscalização sanitária em todo o país. Para muitos, é um alerta para que os consumidores estejam mais atentos à origem dos produtos que consomem.

Com a indignação a crescer e a pressão pública a aumentar, espera-se que nos próximos dias sejam dadas respostas concretas às inúmeras perguntas deixadas por esta situação alarmante. Afinal, o que estamos mesmo a comer quando vamos ao mercado?