Um cidadão de 35 anos encontra-se sob custódia na 9ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique, na cidade de Maputo, suspeito de ter provocado a morte da própria parceira, num caso que volta a expor a gravidade da violência doméstica no país.

De acordo com informações preliminares fornecidas pelas autoridades, o indivíduo é apontado como o principal responsável pelo crime, alegadamente cometido com recurso a uma garrafa. A vítima, cuja identidade não foi revelada por razões de ética e respeito à família, não resistiu aos ferimentos após uma alegada discussão marcada por intensos ciúmes.

As autoridades indicam que tudo terá ocorrido dentro da residência do casal, localizada num dos bairros sob jurisdição da 9ª Esquadra. Vizinhos afirmam ter ouvido um desentendimento momentos antes do ataque fatal, mas apenas tomaram conhecimento da gravidade da situação quando a polícia foi acionada.

Segundo a PRM, o suspeito foi neutralizado ainda no local, evitando-se assim uma possível fuga. A corporação afirma que o homem já foi sujeito a interrogatório inicial e que o processo-crime segue os trâmites legais. O indiciado, no entanto, não assumiu a autoria dos factos durante as primeiras declarações, embora as evidências recolhidas pela polícia o apontem como principal responsável.

O SERNIC foi igualmente acionado para conduzir perícias e recolher provas que ajudarão a clarificar o que realmente aconteceu na noite do crime. As investigações incluem análises forenses, depoimentos de familiares e vizinhos, bem como a reconstrução da dinâmica dos acontecimentos.

A comunidade local encontra-se abalada com o sucedido, descrevendo o casal como aparentemente tranquilo, embora alguns residentes admitam que discussões ocasionais eram notadas. Para muitos, a tragédia reforça a necessidade de maior intervenção social e comunitária contra comportamentos violentos dentro das relações.

O corpo da vítima foi encaminhado ao hospital central para exames médico-legais, que deverão confirmar a causa exata da morte e ajudar no esclarecimento do caso.

Organizações que defendem os direitos das mulheres condenaram o ato e pediram respostas rápidas das autoridades, alertando para o aumento de casos de violência baseada no género e para a urgência de medidas preventivas. “Nenhuma mulher deve perder a vida por causa de ciúmes ou controlo emocional”, afirmaram em nota.

Enquanto isso, o acusado permanece detido e deverá ser presente ao Ministério Público para legalização da prisão nas próximas horas. O caso continua a ser acompanhado de perto pela polícia, que promete total rigor na investigação.