O Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, acusou Ruanda de violar o recém-assinado cessar-fogo poucas horas depois de o acordo de paz ter sido formalizado em Washington. A denúncia foi feita durante o seu discurso sobre o Estado da Nação, onde o chefe de Estado afirmou que localidades da província de Kivu do Sul — entre elas Kaziba, Katokota e Lubarika — foram bombardeadas com armamento pesado alegadamente disparado a partir da cidade ruandesa de Bugarama. Os ataques, segundo Tshisekedi, provocaram danos avultados e deixaram feridos.

O Presidente explicou que o pacto firmado, sob mediação do Presidente norte-americano Donald Trump, definia como medidas prioritárias a retirada imediata das forças ruandesas do território congolês, a desmobilização de grupos armados estrangeiros como as FDLR e a implementação de um mecanismo conjunto para acompanhar o processo de segurança.

Apesar do incidente, Tshisekedi garantiu que o seu executivo continua comprometido com o acordo e com a via diplomática, sublinhando que não abrirá mão da defesa da integridade territorial da RDC nem da segurança das populações.

O entendimento entre RDC e Ruanda foi assinado na última quinta-feira em Washington, numa cerimónia que reuniu Félix Tshisekedi, Paul Kagame e o Presidente angolano João Lourenço, convidado a participar como figura chave nos esforços regionais de pacificação.