A comunidade de Maxaquene, na cidade de Maputo, vive momentos de tensão e revolta após o brutal assassinato de um homem de 39 anos, identificado como Peter, alegadamente morto pelo próprio primo, conhecido apenas por “Pai”. O crime ocorreu na madrugada de domingo, 13 de outubro, e chocou os moradores pela violência e frieza com que foi cometido.
Segundo familiares da vítima, antes do homicídio, o suspeito foi visto a afiar uma catana, afirmando em voz alta que “queria sangue”. Horas depois, Peter foi encontrado sem vida, e a mesma catana foi descoberta no quintal com vestígios de sangue. A família informou à TV Sucesso que o instrumento foi apreendido e o suspeito já se encontra sob custódia da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Contudo, o sofrimento da família não se limita à perda. Eles relatam não possuir meios financeiros para custear o funeral do ente querido. Paula Miguel, irmã da vítima, contou que o caso abalou profundamente as relações familiares, mas o mais importante agora, segundo ela, é garantir que a justiça seja feita.
“Se a amizade com a mãe dele tiver de acabar, que acabe. O meu irmão foi morto e não aceitamos que o criminoso seja tratado como doente mental”, afirmou Paula, indignada com a possibilidade de o acusado ser encaminhado para acompanhamento psiquiátrico. Ela teme que ele possa fugir da unidade hospitalar, como já ocorreu no passado, e exige que permaneça preso numa cadeia de alta segurança.
Outros familiares reforçam que o suspeito é perigoso e já esteve envolvido em diversos roubos na comunidade, incluindo furtos de bens domésticos e de animais. Segundo o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), a catana encontrada no local é, de fato, a arma usada no homicídio.
Testemunhas disseram ainda que, após o crime, o suspeito tentou limpar a cena, varrendo o quintal durante a madrugada para eliminar vestígios. A TV Sucesso apurou que o homem já havia fugido de estabelecimentos prisionais anteriormente, mesmo estando algemado, o que reforça o receio de uma possível evasão caso seja internado num hospital psiquiátrico.
A chefe do quarteirão local também se pronunciou, confirmando o histórico de comportamentos violentos do acusado. “Ele sempre foi um problema aqui. Subia muros, invadia casas, e as pessoas tinham medo. Quando o expulsámos, a família pediu perdão por ele ser neto da zona. Agora, depois do que fez, se voltar, vou alertar todos, porque ele é perigoso”, declarou, visivelmente revoltada.
Além da dor e da insegurança, a família enfrenta dificuldades financeiras para realizar o funeral de Peter. A chefe do quarteirão mencionou que ainda faltam cerca de quatro mil meticais para a compra do caixão e apelou à solidariedade da comunidade e das autoridades para que o corpo possa ser sepultado com dignidade.
O caso gerou grande comoção em Maxaquene, com vizinhos e líderes locais exigindo que o suspeito permaneça detido até o fim do processo judicial. Muitos defendem que, dada a gravidade do crime e o histórico de violência, não há justificativa para que o acusado seja considerado inimputável.
Enquanto a investigação prossegue, a família de Peter clama por justiça e segurança, temendo que a tragédia se repita caso o suspeito volte a circular livremente na comunidade. “Perdemos um irmão, um filho e um amigo. O mínimo que queremos é justiça e paz para a alma dele”, concluiu Paula Miguel, entre lágrimas.
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